A misericórdia de Deus é infinita e eterna, disso nós
sabemos, e sabemos também que ele nos ama incondicionalmente e independentemente
do que fazemos. Nós devemos crer na misericórdia, mas também não podemos desperdiça-la,
pois a misericórdia do Senhor é como o sangue e a agua que jorraram do Seu lado
aberto na cruz, e nós não podemos de maneira alguma deixar que esses dons caiam
no chão sem antes passar por nossa vida e nos renovar. E também além de crer
devemos viver a misericórdia, pois “a fé
sem obras é morta” (Tiago 2, 17), se vamos a santa missa e participamos dos
sacramentos, mas no entanto não vivemos a misericórdia na sua plenitude perdoando
e cuidando do irmão, do que vale nossa fé?
Deus nos deu Sua misericórdia e amor infinitos e também nos
deu a quem distribuir tais graças, pois de nada adianta ter algo em excesso se
não usamos tudo o que temos, e quem dá ganha, quem ama é amado e quem cuida é
cuidado por alguém. Irmãos, vivemos em um tempo onde as pessoas acreditam
estarem mais próximas umas das outras por causa dos meios de comunicação e de transporte,
mas precisamos lembrar que existe uma diferença entre a proximidade física e a
proximidade do coração, pois estar perto fisicamente é relativamente fácil,
entretanto para que dois corações estejam próximos é necessário que eles
estejam em uma comunhão de amor e misericórdia que só pode ser proporcionada
pela experiência e vivencia com Deus através da participação verdadeira e de corpo
e alma dos sacramentos, pois os grandes santos tinham acesso e comunhão com Cristo
através da mística, mas nós temos através dos sacramentos. Portanto busquemos a
reconciliação com o próximo através do perdão e com Deus através do sacramente
da confissão, para que assim possamos viver de forma mais inteira este tempo de
fé e misericórdia.
Paz e misericórdia a todos.
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