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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

YOUCAT - Deus revelou-Se para que possamos crer n’Ele e só n’Ele.

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Antes de tudo cremos em Deus Pai, pois Ele é o principio e o fim, é o que sustenta tudo, o restante do credo depende dessa frase e a aprofunda, mas o essencial é sabermos que cremos em um só Deus assim como está nas Escrituras e conforme recebemos dos apóstolos.

Ele é o único Senhor, do céu e da terra, tudo que existe a Ele pertence, e assim Se manifestou ao povo judeu “Ouve, ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.”(Dt 6,4) E pelos profetas exortou o seu povo a rejeitar os ídolos pagãos e voltar-se para Aquele que é o único Deus, o Senhor. Ele é uno e trino, assim como diz o Concilio de Latrão “Cremos fielmente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma só Essência, uma Substancia ou Natureza absolutamente simples.”(CIC 202).

É difícil para nós seres humanos entender tal mistério, Santo Agostinho certa vez saiu a caminhar pela praia tentando entender a Santíssima Trindade, caminhou por um bom tempo, refletindo e meditando tal mistério, mas nada concluía. Andando mais um pouco ele encontrou um menino, que havia feito um buraco na areia e com um pequeno recipiente pegava a agua do mar e colocava no buraco. O homem santo se aproximou do menino e perguntou o que ele estava fazendo, então o menino respondeu que pretendia colocar o mar dentro daquele buraco, Agostinho riu e disse que o garoto nunca iria conseguir, foi ai que o menino lhe disse que era mais fácil ele colocar o mar inteirinho dentro daquele pequeno buraco, do que se entender o mistério trinitário, então o santo percebeu que Deus não se entende, mas se experimenta.

Se para Santo Agostinho, que era um dos maiores intelectuais do seu tempo, foi difícil entender, imagine para quem não tem instrução nenhuma ou tem pouca instrução, como é intrigante. Mas Deus em sua infinita misericórdia se manifesta ao homem e se revela com um nome, e o nome exprime a essência da pessoa e o sentido de sua vida, assim Ele mostrou que não é uma força anônima, mas que tem um nome, uma identidade, e no seu Filho um rosto. Revelando-Se assim como É, Ele mostra que é vivo, que é eterno e único, que está próximo do seu povo e que quer com ele fazer uma aliança.

Diante da sarça ardente Moisés tira suas sandálias e cobre seu rosto, pois se vê diante do Senhor e se reconhece pequeno, pois Deus se revelou com grandeza, assim nós também devemos agir diante d’Ele, que se revela a todo instante em nossas vidas, não de formas espetaculares, mas de formas simples e fecundas, pois Ele não Se revela em vão, sempre tem um propósito, um plano de amor. Cabe a nós acolher Sua revelação e crer que Ele é um Pai bondoso e misericordioso, que por amor Se revela, não para nos julgar, mas para nos libertar e firmar conosco uma aliança eterna.

Paz e misericórdia!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

YOUCAT - O Credo Cristão, um símbolo de fé

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Nós seres humanos não procuramos coisas vazias e sem sentido, pois de nada nos serviriam. Por isso “Não cremos em fórmulas, mas na realidade que elas expressam.” (CIC 170). A Igreja recebeu dos apóstolos uma fé viva e real que eles, por sua vez, receberam de Cristo. Fé esta que atravessa gerações com seus símbolos, que nos ajudam a conhecer, expressar e ensinar melhor a verdade que Jesus ensinou. Os símbolos são necessários, pois devido às tantas nações onde a Igreja está presente é preciso, assim como com os primeiros cristãos, que seja mantida a uniformidade da única fé que a Igreja professa e ensina como uma mãe, independente da cultura, região ou tempo. Portanto, para que exista uma confissão comum a todos os crentes é que existem os símbolos, que são definições abreviadas da fé.


Dentre estes símbolos existe o Credo, símbolo dos apóstolos e o Credo Niceno-Constantinopolitano que expressam, de forma resumida mas completa, a fé que a Igreja inteira professa desde a crença no Deus todo poderoso à esperança da vida eterna. O credo nos ensina a crer também no Filho morto e ressuscitado, no Espírito Santo, na Virgem Maria, na Santa Igreja católica, na Comunhão dos Santos, na Remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.
O credo é professado todo o dia por católicos no mundo inteiro seja na santa missa ou em outras orações como o terço mariano, por exemplo. Mas será que entendemos o aquilo que professamos no credo? Será que as pessoas pelo menos imaginam a força e o peso daquilo que elas falam ou proclamarem que creem? Estamos ainda no ano da fé que foi proclamado por nosso Papa emérito Bento XVI, e nesse tempo é conveniente que professemos mais ainda nossa fé. Mas é importante, também, que a conheçamos, para que possamos viver melhor nossa fé e ensina-la com mais eficácia, pois nenhum professor ensina aquilo que não sabe, ao contrário, é preferível que ele ensine sobre um assunto que ele domine. Assim também nós não podemos ensinar o que não conhecemos.
Hoje não podemos reclamar ou arranjar pretextos para não conhecer ou estudar o Catecismo da Igreja Católica, pois ele é livre para todo e qualquer um que queira estuda-lo. Ele é simples e muito mais agora com o YOUCAT, que traz uma linguagem comum a todos, não só aos jovens, mas aos fiéis de todas as idades, classes e culturas. Nós devemos aproveitar estes presentes da Igreja e, com eles, nos fortalecer, principalmente neste tempo em que o mundo tem se esquecido de Deus e em que tantas coisas se levantam contra nós e contra nossa fé.
Nos próximos posts nós falaremos sobre o Credo, suas partes e significados. Vamos mergulhar no mistério do símbolo dos Apóstolos, de acordo com o que o Catecismo nos proporciona e, assim, entrar cada vez mais no seio da Santa Mãe Igreja que é a esposa do nosso amado Jesus Cristo Senhor.

*Paz e misericórdia!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

YOUCAT - O ser humano responde a Deus pela fé

Para entender melhor este texto e acompanhar a linha de raciocínio, leia no YOUCAT as perguntas de 20 a 24 e, se possível, o Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos de 142 a 165.

Deus revela-Se a nós e nos faz Seus amigos pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que nos envolve em seu mistério dizendo: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.” (Jo 15, 15). Com isso o Senhor nos convida a viver em comunhão com Ele, e nós, como amigos, devemos responder o Seu chamado. A resposta que se pode dar a este convite é a fé e sua vivência.

Abraão é nosso Pai na fé. Foi pela fé dele que se iniciou toda a crença em Deus pelo povo Judeu, pois ele acreditou naquilo que o Senhor o tinha prometido e em nenhum momento voltou atrás, mesmo quando teve de quase sacrificar seu único filho. Assim se tornou o primeiro dos que creram. O antigo testamento contem grandes expressões e testemunhos de fé, mas Deus preparava para nós algo muito melhor que é a graça de crer em Seu amado Filho. Para revelar-Se em Jesus, Deus usou de Maria, que realizou de maneira perfeita a obediência da fé, pois acreditou que para Deus nada é impossível e deixou que se fizesse nela a Sua vontade e se cumprisse tudo aquilo que foi dito pelos profetas e patriarcas a respeito do messias. Por isso todas as gerações a proclamarão bem-aventurada. Estes são dois grandes exemplos de fé, talvez os maiores, que além de nos ensinarem tanto nos convidam a crer. Convite este que depende sempre da nossa adesão pessoal, sendo que para nós cristãos crer em Deus é crer inseparavelmente em Seu Filho. Quem crer em Jesus participa do seu Espírito que nos revela quem Ele é. Por isso a Igreja professa a sua fé em um Deus Trino e Uno que é Pai, Filho e Espírito Santo.

Esta fé é composta por sete características:
1 - A fé é uma pura dádiva de Deus, obtida se intensamente a pedirmos;
2 - A fé é a força sobrenatural de que, necessariamente, precisamos para alcançar a salvação;
3 - A fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino;
4 - A fé é absolutamente segura porque Jesus o garante;
5 - A fé é incompleta enquanto não se torna operante no amor;
6 - A fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele na oração, em vivo intercambio;
7 - A fé permite-nos, já, a experiência do alegre antegozo do Céu.

Escolhe pela fé aquele que se sente chamado por Deus a viver novas experiências, a se entregar àquilo que não se pode ver. “Quem crê procura uma ligação pessoal com Deus e está pronto a crer em tudo o que Ele revelou acerca de Si mesmo.” (YOUCAT, 22). Quem procura essa ligação a encontra e quando a encontra passa por uma perturbação ou desassossego, pois aquilo que era invisível passa a ser visível. A vida espiritual deixa de ser algo abstrato e passa a ser concreto na vida dos que creem, pois ele está aberto àquilo que Deus pode fazer na sua vida e, quando nos abrimos a Ele, nossa vida toma um sentido diferente.

Fé e ciência não se contradizem, ao contrário, elas caminham juntas, pois não podem existir verdades duplas e distintas se tratando de um único caso e assunto, por isso a ciência vem para confirmar a fé, e a fé para despertar a ciência. “Entre Deus e a ciência não encontramos qualquer contradição. Eles não se excluem como hoje alguns creem e temem; eles completam-se e implicam-se mutuamente.” (Max Planck, físico alemão) Foi Deus que dotou o homem de inteligência e razão, portanto Ele não poderia negar-se a si mesmo pela ciência. Por isso a Igreja usa de métodos científicos para comprovar os atos e acontecimentos de fé e assim fortalece-la.

Nossa fé é pessoal, mas está totalmente relacionada à Igreja, pois “ninguém pode crer só para si mesmo, como também ninguém consegue viver para si mesmo.” (YOUCAT, 24) E Jesus quis que nós estivéssemos juntos e que celebrássemos os mistérios juntos. “Onde dois ou mais estão reunidos em Meu nome, Eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Minha fé deve brilhar no mundo e deve fortalecer a sua, assim como a sua deve impulsionar a minha e a de todos. É uma contribuição mútua onde o testemunho de fé convida o próximo a crer ou a viver e professar melhor a sua fé. Continuemos então no caminho do Senhor e respondendo ao seu chamado, sabendo que nossa fé deve brilhar no mundo como uma luz que aponta para Cristo.

Tudo é possível ao que crê.” (Mc 9, 23)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

YOUCAT - As Sagradas Escrituras, a carta do amor de Deus para nós

 
Para melhor entender este texto leia no YOUCAT, da pergunta 14 a 19; se possível o documento Dei Verbum do Concílio Vaticano II, especificamente o parágrafo 11; e o Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos de 101 a 141 .
Sabemos que a Sagrada Escritura é o maior documento e prova da revelação divina para nós cristãos, pois nela estão escritas as leis, ensinamentos, exortações, os milagres e prodígios do Senhor e muitas outras coisas que são para nós um alimento de fé.
“Os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras. Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» ( Tim. 3, 7-17 gr.).”(Dei Verbum, 11).
A Bíblia não caiu pronta do céu, nem Deus a ditou a escritores inconscientes, mas “para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusesse por escrito, como verdadeiro autor, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria.” (Dei Verbum, 11). Os livros presentes na Bíblia são de inspiração do Espírito Santo que, usando de seus profetas, reis, sacerdotes e apóstolos, escreveu os 73 livros que de principio tiveram de ser aceitos pela Igreja Católica, existindo assim um consenso entre as comunidades cristãs do século IV para que fossem fixados no Cânone das Sagradas Escrituras.
É importante lembrar que a Bíblia (do grego biblios = livro), apesar de ser tantas vezes usada como livro histórico, não transmite uma precisão a cerca da história e nem de conhecimentos científico-naturais, pois cada autor vivia conforme seu tempo e de acordo com o modo de viver do povo judeu da época. Mas tudo aquilo que nós seres humanos precisamos saber acerca de Deus está, sem dúvida, descrito nas Sagradas Escrituras desde a criação às primícias da Igreja. É na bíblia que o Senhor Se revela amoroso e compassivo, por isso “A Bíblia é a carta do amor de Deus dirigida a nós.” (Sören Kierkegaard, filósofo).
Por ser então a Escritura uma carta de amor, devemos acolher seus textos com muito zelo e amor, pois se você ao escrever uma carta para alguém com muito carinho, soubesse que este alguém desprezou suas palavras, certamente não ficaria feliz. Saiba que Deus também não fica feliz quando desprezamos ou zombamos de Suas palavras, pois assim como um jovem apaixonado escreve cartas de amor para sua amada, Deus escreveu cada letra pensando em cada um de nós de forma pessoal, com e por amor. “Portanto devemos ler as Sagradas Escrituras com a mesma fé viva da Igreja em que elas surgiram.” (YOUCAT, 16).
No Antigo Testamento (do latim testametum = legado), que é formado por 46 livros, Deus Se mostra como o Criador de tudo que existe e como guia, sustento e educador do mundo. Nele o Senhor começa seu plano de salvação para nós, que se cumpre no Novo Testamento.  Além disso, os livros da Antiga Aliança são de grande riqueza em orações, profecias, ensinamentos e também nos salmos que são usados ainda hoje nas orações e celebrações diárias. “A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar.” (CIC 123).
Nos primeiros séculos cristãos surgiu na Igreja uma seita que foi denominada de marcionismo, estabelecida por Marcião de Sinope (110 - 160 DC), que seguia preceitos e ideologias gnósticas. Esta doutrina logo se espalhou pela Ásia Menor e antiga Roma, mas foi considerada herética e seu fundador foi excomungado no ano de 144 DC. A seita rejeitava o Antigo Testamento e o julgava como ultrapassado, assim, pregando a existência de dois deuses distintos, um no antigo e outro no novo testamento. É importante que nós, Cristãos de hoje, conheçamos tais episódios para que não caiamos na mesma heresia que Marcião, pois há um só Deus e uma só escritura que é composta por Antigo e Novo testamentos.
O Novo Testamento, por sua vez, é composto por 27 livros que vêm completar aquilo que estava no antigo. É nele que estão os quatro evangelhos, que são o coração da Sagrada Escritura, pois é ai que Deus se mostra como é, e como veio ao nosso encontro no Seu Filho. Os Atos dos Apóstolos mostram aquilo que era a Igreja primitiva que vivia na caridade e na potência do Espírito Santo. As cartas apostólicas vêm como reflexo da luz de Cristo para iluminar o homem em todas as suas dimensões. E, finalmente, o Apocalipse de São João nos ajuda a antever aquilo que será o fim dos tempos.
“Toda a Escritura divina é um único livro, e este livro único é Cristo, já que toda Escritura divina fala de Cristo, e toda Escritura divina se cumpre em Cristo.” (Hugo de São Vitor, Noe 2,8 In CIC 134). Nesta frase tudo se resume e, mais objetivo ainda foi São Jeronimo ao dizer: “Desconhecer a Escritura é desconhecer Cristo.” Ou seja, para conhecer a Jesus é necessário fazer a experiência da leitura e meditação dos Sagrados textos Bíblicos, tentando assim escutar a voz do próprio Cristo, pois como São Francisco de Assis disse: “Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo.” Aí então, voltamos àquela carta de amor, onde o autor não só ama, mas educa, ensina e fortalece, pois Jesus é sem dúvida o maior conselheiro para qualquer situação.
Para a Igreja de Cristo as Sagradas Escrituras são tão Sagradas e importantes como a Eucaristia, pois ambos alimentam e dirigem a vida daqueles que comungam da palavra e do corpo e sangue do Senhor. Na Santa Missa, primeiro temos a partilha da palavra na mesa que é chamada ambão e depois a partilha do pão da vida na mesa do altar. Em ambos nos encontramos com Cristo, mas os dois se completam e geram em nós uma perfeita comunhão.
Portanto, vivamos o que nos é proposto pela palavra de Deus e comunguemos dela com ardor e amor, esperando e confiando sempre que Deus irá nos falar algo e dar-nos uma mensagem de amor e de paz, pois “A Sagrada Escritura não é algo que pertence ao passado. O Senhor não fala no passado, mas no presente; ele fala conosco hoje, dá-nos a Luz, mostra-nos o caminho da Vida, concede-nos a comunhão, e, assim, prepara-nos e abre-nos para a Paz.” (Bento XVI, 29.03.2006).
Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 118,105).


Bibliografia:
Catecismo da Igreja Católica, Vaticano, 1992.
Concílio Vaticano II, documento Dei Verbum, Roma, 1965.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Santo Rosário e sua importância


"A oração é um impulso do coração" (Santa Terezinha do Menino Jesus). O terço é uma oração que nasce do coração da Igreja, em honra da bem-aventurada virgem Maria, e em louvor a Deus pelo que Ele fez nela. O terço é uma oração contemplativa de louvor e súplica ao mesmo tempo, que nos proporciona uma paz interior e uma intimidade profunda com Deus.
A Ave-Maria é uma oração genuinamente católica, que tem sua fundamentação nas sagradas escrituras e na tradição da Igreja, ou seja, está embasada nas duas colunas da fé católica. O anjo, quando apareceu à Virgem Maria, exclamou: "Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco." (Lc 1, 28), então o plano da salvação começava a se cumprir, ou seja, quando proclamamos, "Ave Maria", fazemos memória da anunciação, onde Deus colocava em prática Seu plano grandioso. O anjo é representante direto do Altíssimo, e declarou que Maria é cheia de graça, ou seja, o próprio Deus a declarava. Ela é cheia de graça não por sua própria virtude, mas pela graça do Espírito Santo, que a cobriu com Sua sombra. Quando o anjo diz que o Senhor está com Maria, ele mostra que a obra realizada nela, não é obra humana, mas obra divina. Que era o próprio Deus que agia nela, e que ela não estava sozinha. Após a anunciação Maria subiu as montanhas para visitar sua prima Isabel, que havia concebido um filho em sua velhice. Quando Maria chegou, Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e proclamou pela ação do Espírito: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é fruto do teu ventre Jesus" (Lc 1, 42).
A segunda parte da oração é dogmática, é o dogma da santidade de Maria, quando a proclamamos "Santa Maria". Dizemos que ela é mãe de Deus, porque Jesus é Deus, e ela é Sua mãe, ou seja, não é por mérito da virgem, mas do ente divino que nasceu dela. E clamamos sua oração por nós, em todas as circunstancias, "agora e na hora de nossa morte." Amém.
 A contemplação do terço ou rosário nos proporciona uma abertura explícita ao evangelho, pois é um resumo dele. Os mistérios são dispostos de forma que, a oração, nos proporcione uma reflexão segmentada da revelação divina de Deus em Jesus Cristo, desde a concepção à coroação da virgem Maria no céu ao lado de seu amado Filho. O Papa Leão XIII escreveu duas cartas encíclicas sobre o santo Rosário que é de grande importância para nós católicos, principalmente neste mês do rosário e das missões, são elas a Laetitiae Sanctae e  Fidentem Piumque Animum. 
Hoje (07/10) é dia de Nossa Senhora do Rosário, a qual a devoção católica remonta ao século VIII, onde os monges irlandeses recitavam os 150 salmos, mas alguns não sabiam ler, principalmente os leigos, então os salmos foram substituídos por 150 Pai-nossos e mais tarde por Ave-Maria, e assim se espalhou. O nome rosário é referente a rosas, ou um buquê de rosas. Cada Ave-Maria que rezamos é uma rosa que damos à Nossa Senhora, assim quando rezamos o rosário inteiro, oferecemos um buquê de rosas, com amor e devoção à Virgem Santíssima.
São vários os testemunhos de pessoas que conseguiram graças pela oração do Santo Rosário, São Domingos de Gusmão convertia os hereges pela oração do Rosário, a pedido da própria Virgem Maria, por isso é chamado o Apóstolo do Santo Rosário. Certa vez um herege que zombava de Domingos e do rosário foi liberto de 15 mil demônios. Enquanto a comunidade rezava o Santo Rosário em alta voz, os demônios saiam de 100 em 100, em forma de brasas do corpo do homem, que depois abjurou todos os seus erros e se converteu.
O Santo Rosário, ou terço é muito mais que um simples adereço, ou um pingente usado por pessoas famosas, pois de que adianta usar e não rezar, o terço é feito para ser rezado e não usado como colar, de forma a alimentar as vaidades. Se nós pudéssemos compreender, assim como São Domingos, o poder que esta oração tem, certamente as igrejas seriam lotadas a ponto de não caber mais ninguém, no momento da oração, no mundo inteiro; as famílias desligariam a televisão e recitariam os santos mistérios a cada dia antes do jantar; os padres ensinariam a seus paroquianos e filhos espirituais a importância e o poder desta poderosa arma e o recitariam antes ou depois de cada missa.
Nós não podemos, jamais, como católicos, deixar de lado a oração do terço, seriamos como soldados desarmados, sem proteção nenhuma, pois o demônio tem medo daqueles que rezam o Santo Rosário e treme diante daqueles que estão de baixo do manto da Virgem, que esmagou sua cabeça. Assim como São Domingos combateu as heresias com esta oração eficaz, devemos nós, combater também as dificuldades de hoje, na simplicidade e no silêncio da contemplação do terço. Rezar o terço é aprender com Maria a ser cristão.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

YOUCAT - Jesus é a revelação que devemos transmitir

Para acompanhar e entender melhor o texto leia as perguntas de 10 a 13 do YOUCAT.
Deus se revela de forma concreta em Cristo, e é esta também sua derradeira revelação antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor, revelação esta que está terminada, mas não explicada totalmente, por isso cabe à fé cristã compilar esta mensagem ao decorrer dos séculos. Ao passar dos tempos houveram outras revelações, que são denominadas de “revelações privadas” que tem como função ajudar os cristãos a viver a revelação do Cristo sem querer “melhora-la” ou “completa-la”, pois Deus se revelou em Jesus de forma suficiente e Ele não faz nada pela metade. Guiada pelo Espírito Santo a Santa Mãe Igreja soube durante todos estes 2000 anos e saberá discernir se tais revelações provém do próprio Cristo, de seus anjos ou de seus santos.

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O Cristo que a nós se revelou também a nós envia dizendo: “Ide, fazei discípulos de todas as nações!” (Mt 28,19), portanto “Todos os fieis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam a unção do Espirito Santo, que os instrui e os conduz a verdade em sua totalidade.” (CIC 91). É importante que saibamos que a missão de evangelizar e espalhar pelo mundo a novidade do Cristo ressuscitado cabe a nós, que para isso não precisamos ser padres, catequistas ou missionários consagrados, na verdade a única coisa de que precisamos é do Espírito Santo, que nos é dado no batismo. A Beata Madre Teresa utilizou muitas vezes a seguinte metáfora: “É frequente observares os fios elétricos ao longo da estrada. Se a corrente não passar por eles, não há luz. O fio é o que somos tu e eu. A corrente elétrica é Deus. Temos o poder de deixar passar através de nós e, assim, fornecer a Luz, que é Jesus, ou de recusarmos que Ele Se sirva de nós, permitindo, com isso, que a escuridão se alastre.” E esta é nossa “missão” (do latim missio = envio), levar a luz de Cristo ao mundo inteiro não só com palavras, mas com nosso testemunho de vida.
A mensagem do evangelho chegou até os dias de hoje pela transmissão da sucessão apostólica, que é ininterrupta desde os primeiros apóstolos até os dias de hoje na Igreja Católica, em especial desde Pedro até o Papa Francisco (Papa atual, 2013). Santo Hilário de Poitiers, bispo da Igreja Antiga dizia: “A Sagrada Escritura está escrita no coração da Igreja, mais do que em um pergaminho.” Esta frase nos ajuda a entender que a Escritura e a Tradição pertencem-se mutuamente, ou seja, caminham juntas, e essas são as duas maneiras de transmissão segundo o Catecismo da Igreja Católica (veja no CIC, 76), que ocorreram de forma oral pela a transmissão e sucessão e de forma escrita pela Sagrada Escritura. No Concílio Vaticano II foi dito o seguinte: “A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.” (Dei Verbum, nº. 9) Este documento, o Dei Verbum aborda a transmissão apostólica e a revelação divina a fundo, e pode ser encontrado neste link (Clique aqui), e no site da Santa Sé (Clique aqui), em especial no capítulo 2, assim também como o Catecismo da Igreja Católica (CIC) do paragrafo 74 ao 100, e pode ser encontrado também neste link (Clique aqui) e no da Santa Sé (Clique aqui).

Por tanto, a Igreja por conservar e fazer uso da tradição e da escritura, em sua totalidade não erra na fé. É certo que alguns membros da Igreja podem se enganar e cometer erros, mas a Igreja como um todo nunca se desviou e nunca se desviará da Verdade de Deus, pois “Cristo é a cabeça do corpo que é a Igreja.”(Col 1,18a) e se Jesus é santo por excelência, Ele é por inteiro, incluindo assim seu corpo místico do qual somos membros.
Talvez seja um pouco difícil para muitos de nós entendermos que a Igreja não erra, principalmente nesse tempo em que o relativismo proporciona a cada um uma verdade individual, e as ideologias e seus pregadores se espalham pelo mundo como lobos vestidos de cordeiros prontos para devorar qualquer um que esteja longe do Bom Pastor, Cristo Jesus. O catecismo pode nos ajudar a entender isso: “A Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois nao possui outra vida senão a da graça: e vivendo de sua vida que seus membros se santificam; e subtraindo-se a vida dela que caem pecados e nas desordens que impedem a irradiação da santidade dela. E por isso que ela sofre e faz penitencia por essas faltas das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo e pelo dom do Espirito Santo.” (CIC, 287).

Em breve falaremos mais sobre a incorruptibilidade da Igreja e sua santidade, mas para quem quiser já saber mais sobre assunto eu indico estes vídeos do Padre Paulo Ricardo:

Que Deus ilumine a todos e até a próxima.

Bibliografia:
Catecismo da Igreja Católica, Vaticano, 1992.
Concílio Vaticano II, documento Dei Verbum, Roma, 1965.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Intimidade com Deus

A palavra intimidade vem do latim "intimus" , um super-relativo de "in", que quer dizer "em ou dentro". Mas seu sentido prático nem sempre é fácil de expressar, pois seus significados variam de relacionamento para relacionamento. Ela está ligada aos sentimentos, emoções e ao afeto do ser humano.
A intimidade tem três dimensões:
A dimensão pessoal, que se refere ao ser humano como um ser individual, abrangendo suas história e vivências, sua comunicação e seu estado de humor. É individual por que Deus nos criou de forma única, não somos fabricados em série e de forma genérica, mas fomos pensados e planejados uma única vez, cada um de forma total e individual;
A dimensão relacional, que está relacionada a todas as relações humanas interpessoais, tudo aquilo que é contato, onde são utilizados os sentidos do nosso corpo;
A dimensão universal, que está relacionada aos contextos espacial, temporal e histórico e, por isso não é fixa, mas muito variável, pois as pessoas não estão sempre no mesmo lugar, seja cidade, estado ou país; o tempo passa, não para um só instante, e a história muda a cada passo dado e escolha feita, seja pessoalmente ou universalmente.
Ter intimidade com uma pessoa é estar diretamente envolvido em, pelo menos, uma destas três dimensões, portanto estar em intimidade com Deus é entrega-Lo a nossa vida pessoal, nossos relacionamentos e nossa história. Deixar que Ele veja cada detalhe, não esconder nada, ou seja, precisamos ser nós mesmos na presença do Senhor, pois só assim estaremos intimamente ligados a Ele, assim como O mesmo deseja.

 http://missaoapoiocuritiba.files.wordpress.com/2010/08/intimidade-com-deus.jpg

Ser intimo de Deus é extremamente necessário e bom para o cristão, pois Ele nos quer perto, nos ama, e apaixonadamente deseja nossa presença. O ser humano tem em si um vazio, não físico, mas emocional, que só Aquele que o criou pode preencher. Este vazio precisa ser preenchido, por isso o ser humano está sempre em busca de algo, assim está sempre em busca de Deus, mesmo que não saiba ou nem mesmo acredite na Sua existência. O vazio é tão grande, que as vezes buscamos preenche-lo com outras coisas, criamos nossos próprios "deuses" e idolatramos a nós mesmo ou a outras pessoas. Por isso para evitar a idolatria, devemos estar próximo de Deus, para assim declara-Lo como Senhor e único Deus.
É um desafio para nós estar em intimidade com Jesus, especialmente nos tempos de hoje, onde tudo é corrido, onde todos estão com pressa e ninguém tem tempo para nada. A humanidade tem esquecido de Deus, Ele não é mais tão importante para muita gente, ninguém mais quer saber de rezar. Infelizmente vivemos em um tempo em que o mal é exaltado e o bem é desprezado, por isso a vida de oração é deixada de lado, principalmente nas famílias que mal param juntas, quanto menos rezam juntas. Não se procura mais a presença divina, o homem pensa ter encontrado coisas mais agradáveis que ela, mas se engana, infeliz é aquele que se gloria de suas próprias malícias (Cf. Sl 51, 1).
Porém, aquele que já provou da presença de Deus conhece sua força, aquele que já viveu ou vive na graça sabe que ela é bem maior que qualquer coisa, que não há nada que se compare a sentir a presença de Jesus, que se mostra vivo a nós de forma concreta nas coisas simples ou não. Jesus disse "Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não por Mim."(Jo 14, 6). Ele é o caminho, mas qual o caminho para Ele? - O caminho para Jesus é a oração sincera que brota do fundo do coração, pois "quando uma pessoa ora, entra em relação viva com Deus"(YOUCAT 469). A oração é uma das três colunas para se viver a intimidade com Deus, mais especificamente a oração pessoal, esta que por sua vez "vive da fidelidade" (YOUCAT 492), ou seja, se alimenta de si mesma, pois é um dom que se obtém praticando. Rezar é se aproximar do Senhor e buscar Sua amizade, aquele que ora se entrega cada vez mais nas mãos de Jesus, ficando mais perto da vontade d'Ele. A carta de São Tiago diz: "Aproximai-vos de Deus, e Ele se aproximará de vós."(Tg 4, 8a)
A segunda coluna para se viver a intimidade com Deus é a vivência frequente dos sacramentos, onde Cristo de revela de forma concreta, comunitária e pessoalmente. Os santos místicos tiveram um contato e um encontro pessoal com Jesus pela mística, mas nós temos esse encontro pelos sacramentos, que trazem para nossa vida a passagem do livro do Apocalipse que diz: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos, eu com ele e ele comigo.” (Apocalipse 3, 20) Os sacramentos são o próprio Cristo que bate delicadamente na porta de nossos corações, resta a nós abrir, para que Ele ceie conosco e nós com Ele, assim estabelecendo uma comunhão intima.
Para ter uma vida de intimidade com Deus é necessário que se viva também em unidade com os irmãos, esta é a terceira coluna. Fomos criados de forma pessoal, e única, um completando o outro, por isso devemos viver juntos, somos criados para viver juntos. A humanidade vive em comunidade desde os primórdios, e o cristianismo veio trazer um novo conceito, uma nova forma de ver e viver a vida comunitária, como vemos no livro dos Atos dos Apóstolos, "a multidão de fiéis era um só coração e uma só alma."(At 4, 32a) Eles eram cheios do Espírito Santo e viviam conforme Seus desígnios instruídos pelos apóstolos, estando assim em profunda intimida com Deus e entre si. Assim, também nós devemos viver em unidade, como a oração da Igreja diz: "fazei de nós um só corpo e um só espírito". Esta coluna (a unidade) depende das outras duas para se manter em pé, tanto da oração pessoal de cada um, quanto da vivência dos sacramentos.
Não só a unidade depende das outras colunas, mas todas dependem uma da outra, elas em si já vivem uma relação de intimidade, assim como a Santíssima Trindade que vive uma relação de intimidade, mas que também nos proporciona intimidade. A Trindade é uma comunidade de amor, comunidade esta que nos quer por seus membros, para nós isto é impossível, mas para Deus tudo é possível. 
Deus nos chama a viver a unidade e também a intimidade com Ele, pela oração, pelos sacramentos e pela vivencia efetiva da unidade fraternal. E acredite, você pode, isto não é algo impossível ou só para pessoas escolhidas, mas para todos os cristãos, e além do mais é da vontade de Senhor, que nos quer cada vez mais perto. Aproximemo-nos de d'Ele então, para que nossa vida tenha sentido.


Referências bibliográficas:
- WIKIPÉDIA.Intimidade. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Intimidade>. Acessado em 26 de set. de 2013.
- YOUCAT, Vaticano, 2011.


 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

YOUCAT - Deus Se revelou como gosta de ser conhecido

"Em Jesus Cristo, Deus mostra-nos toda a profundidade do Seu misericordioso amor.[65-66, 73](YOUCAT, 9)."

Vimos no texto passado (Clique aqui e acesse o texto) que o homem pode descobrir a Deus pela própria razão, mas que é uma tarefa um tanto quanto difícil para a sabedoria humana, que também não pode saber como Ele é realmente, por tanto Deus revelou-se da forma que gosta de ser conhecido. Desde a antiga aliança o Senhor se revela à humanidade, passando pelos patriarcas e pelos profetas até Sua revelação definitiva no Seu filho Jesus.

“A revelação significa que Deus Se abre, Se mostra ao mundo por livre vontade.” (YOUCAT, pág 17). O Concílio Vaticano II diz o seguinte: “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cfr. Ef. 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cfr. Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele.” (Dei Verbum, nº 2).

Deus mostra-Se, no Antigo Testamento, como Aquele que criou o mundo por amor e permanece fiel ao ser humano, mesmo que este, pelo pecado, O renegue. [54-64, 70-72](YOUCAT, 8). Ele deixa-Se experimentar durante a história da humanidade, desde os primórdios fazendo com Noé uma aliança para salvar todos os seres vivos. Chama Abraão para fazer dele o “pai de um grande numero de nações” (Gn 17,5) e abençoa-las. O povo de Israel, então descendentes de Abraão, torna-se a propriedade especial de Deus.

Para Moises Deus revela Seu nome que ainda é muito misterioso: יהוה, pronuncia-se “Iahweh”, que significa “Eu sou Aquele que sou” (Ex 3, 14). E ainda por Moises Se revela libertando seu povo da escravidão no Egito e lhe dando a lei.




Depois disso, várias vezes, Deus envia seus profetas para chamar o povo à conversão, renovação da aliança e para anunciar-lhes que fará uma nova aliança que por sua vez será eterna e estará aberta não só ao povo israelita, mas a todos os povos e nações. 

Deus se revelou por causa dos pecados da humanidade? – Não Ele se revela por amor livre e desinteressado, e de forma mais plena em seu filho Jesus, pois “Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”(Jo 3,16).

Em Jesus Cristo, Deus mostra-nos toda a profundidade do Seu misericordioso amor.[65-66, 73](YOUCAT, 9). E por isso o que era invisível torna-se visível, pois o próprio Iahweh Se torna homem como nós, revelando assim até onde chega o seu amor que carrega nossas culpas, caminha conosco e vive tudo aquilo que vivemos, exceto o pecado(Conf. Heb 4, 15). Nós seres humanos buscamos constantemente a Verdade, e Ela por Sua vez nos busca encontrar a ponto de Se manifestar como homem, vivendo conosco no Cristo e falando conosco por Ele, e “A felicidade que procurais, a felicidade que tendes direito [...] tem um nome, um rosto é Jesus de Nazaré.” (Bento XVI, 18.08.2005). Que encarnado nos ensina como viver, para onde ir e o que buscar, fundamentando assim nossa fé e colocando a esperança da redenção em nossos corações.

Cristo é para nós a imagem real de Deus, que nos leva a imagina-Lo não como um opressor, mas como alguém cheio de misericórdia. A Beata Madre Tereza de Calcutá dizia o seguinte: “Não tenho ilusões. Não consigo imaginar Deus Pai. Tudo que posso ver é Jesus.” E de fato tudo que podemos ver é Jesus que pela comunhão do Espírito Santo nos revela o Pai, pois “fora de Cristo nada sabemos do que é Deus.” (Blaise Pascal).




Bibliografia:

YOUCAT, Vaticano, 2011.

Concílio Vaticano II, documento Dei Verbum, Roma, 1965.


Abreviações de textos bíblicos:

Ef            Carta de São Paulo aos Efésios

2 Ped    Segunda Carta de São Pedro

Col         Carta de São Paulo ao Colossenses

1 Tim     Primeira Carta de São Paulo à Timóteo

Ex           Livro do Êxodo

Jo           Evangelho Segundo São João

Bar         Livro de Baruc

Gn          Livro do Genesis

Heb       Carta de São Paulo aos Hebreus