quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Eucaristia, entrega perfeita de Cristo

Sabemos que a Eucaristia é a celebração mais importante para a Igreja de Cristo, o Catecismo Jovem da Igreja Católica vem nos dizer o seguinte: “A celebração Eucarística é o cerne da comunhão Cristã. Nela a Igreja torna-se Igreja”(YOUCAT, 211). Para mim esta é o maior de todos os acontecimentos, pois em um único ato nós celebramos a paixão, morte e ressurreição de Cristo, comungamos de seu corpo e “Nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, onde Deus será tudo em todos”.
A alguns dias li um livro chamado “A presença real de Jesus na Eucaristia”, de um padre americano chamado Pe. Robert DeGrandis, SSJ, onde reanimei meu amor pela Comunhão Eucarística e pela participação dos mistérios litúrgicos. Neste livro o Pe. Robert faz um acróstico com a palavra EUCHARIST em inglês, e eu pretendo aqui fazer o mesmo, de forma mais resumida, com a palavra EUCARISTIA em português, seguindo praticamente a mesma linha de raciocínio que ele e mudando somente alguns aspectos e relações devido à diferença entre os idiomas em que a palavra está.

E – Eternidade, vida eterna.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)
Hoje em dia muitas pessoas usam as tecnologias para tratamentos estéticos e cirurgias para que permaneçam com aparência jovem ou voltem a tê-la, e outros procuram congelar seus corpos após a morte, para serem descongelados no futuro com esperança de voltar à vida. Estas pessoas gastam milhares e até milhões de reais nestas experiências, mas Jesus tem uma solução muito melhor e sem custo financeiro algum, que é a vida eterna. Na eternidade é onde nos encontraremos plenamente com Deus, São Francisco de Sales uma vez disse: “O tempo para procurar Deus é esta vida. O tempo para encontrar Deus é a morte. O tempo para desfrutar Deus é a eternidade”. Só na vida eterna nos seremos completos e verdadeiros, pois tudo o que é desta terra ficará aqui e na presença de Deus tudo é esclarecido e a alegria é abundante e verdadeira. E na Sagrada Eucaristia nós nos encontramos com o Cristo que é eterno e comungamos de sua Eternidade.
U – União com Cristo
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (Jo 6, 56)
Todas as vezes que recebemos a Sagrada Eucaristia nós intensificamos nossa união com Jesus, O tocamos e somos tocados pela Sua mão poderosa. Cristo é santo por excelência, e quando nós estamos em comunhão com ele nos tornamos santos também, não por nosso merecimento, mas pelo merecimento d’Ele na comunhão com o Pai e o Espírito Santo.
C – Cura
“Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no manto.” (Mc 5, 27)
Vemos acima um trecho do evangelho da mulher que padecia de um fluxo de sangue, mas que foi curada ao tocar a orla do manto de Jesus. Esta mulher teve coragem de correr no meio da multidão e tocar em Jesus, pois precisava da cura, ela já tinha gasto todo o seu dinheiro com médicos e não se curava até encontrar o Médico dos médicos. Veja irmão, que está mulher apenas tocou no Senhor e foi curada, ela teve fé e por isso foi curada, nós temos intimidade o bastante com o Senhor para não mais tocar no Seu manto, mas tocar em Seu coração, e assim se tivermos fé, Ele irá curar-nos fisicamente e espiritualmente no momento da comunhão, pois não é mais pão nem vinho, é o Corpo e o Sangue de Jesus.
A – Amor
Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”(I Jo 4,8)
Sabemos que Deus é amor e que Ele e Jesus São um só com o Espírito Santo, e que Seu amor é infinito. Cristo Se entregou por amor a nós e Se entrega novamente todos os dias na Santa Missa, não existe maior manifestação de amor do que esta, onde o Todo Poderoso se faz Homem para estar conosco, não se contenta com isto e se faz Eucaristia para que possamos comungar e tocar em Seu amor. Sem dúvidas, a Santa Missa é a maior celebração de amor, desde o canto inicial de entrada ao final o amor reina, e permanece no coração daqueles que comungam.
R – Reconciliação
“Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: ‘Filho, perdoados te são os pecados.’(Mc 2, 5)
Cristo morreu e ressuscitou para excluir o pecado do mundo e para reconciliar a humanidade com Deus, pois o pecado nos tinha afastado do Senhor. Na Santa Missa o Sacrifício Pascal é atualizado e a reconciliação acontece mais uma vez, pois Deus não cansa de nos perdoar e de nos reconciliar com Ele. Para comungar devemos estar na amizade de Deus, ou seja, em estado de graça, e a comunhão é quem nos fortalece para que continuemos assim, pois ela nos aproxima do Senhor.
I – Intimidade com Deus
“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós.” (Jo 15,4a)
A comunhão Eucarística proporciona, sem dúvidas, a intimidade com Deus, pois nós O recebemos e entramos em comunhão com Ele. Esta é também a melhor forma que o Senhor encontrou de estar próximo de nós, por isso devemos buscar a comunhão não como uma obrigação, mas como um meio de estar perto de Deus, devemos nos apaixonar por ela. A Eucaristia é comunhão, que produz intimidade.
S – Sacrifício
Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.” (Mt 10, 37-38)
O homem está sempre cheio de sofrimentos, causados por diversas situações, muitos sofrem por terem familiares nas drogas, outros por carregarem enfermidades, etc. A dor que estas pessoas suportam é tão grande, que se fosse unida a de Jesus no altar da cruz seria uma grande força de santificação, não só para quem oferece tal dor, mas para muitas almas. Por mais estranho que pareça nosso sofrimento é precioso, ainda mais quando nós o entregamos no altar do Senhor, por isso não podemos desperdiça-lo. Sempre que celebramos a Missa, oferecemos um sacrífico, que é perfeito, devemos também oferecer nosso sofrimento, nossas magoas, dores, alegrias e nossa vida, que são imperfeitos, para que o próprio Cristo às aperfeiçoe e entregue a Deus Pai.
T – Transformação, em nós
Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (II Cor 5,17)
Como vimos a comunhão é a perfeita união com Cristo e aquele que está n’Ele não pode ser mais o mesmo. O Encontro com Jesus ressuscitado muda a forma de pensar e agir de qualquer pessoa, por mais duro que seja seu coração. O apostolo Paulo, antes chamado Saulo, viveu uma experiência concreta com o Ressuscitado, assim como nós também vivemos a cada celebração Eucarística, ele mudou totalmente seu modo de vida, pois deixou-se tocar pela graça, assim também nós devemos nos abrir a essa graça. Faça a experiência de a cada missa deixar-se transformar pela força da Eucaristia, você não será mais como antes, e um dia dirá como Paulo: “Já não sou mais eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl  2, 20)
I – Inigualável comunhão
Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos, eu com ele e ele comigo” (Apocalipse 3, 20)
A palavra comunhão significa fazer alguma coisa junto com alguém, ter ou fazer algo em comum. Estar em comunhão com Cristo é muito mais que receber Seu Corpo e Sangue na santa Missa, mas sim pensar como Ele pensou, agir, falar e viver como Ele, é renunciar nossa vontade para que ela se una à d’Ele, e colocar em prática aquilo que Ele nos disse. É preciso comungar de corpo e alma, se Cristo Se deu de corpo, sangue, alma e divindade, porque não nos damos inteiramente? Isso é injusto, Ele também quer ser amado, São Francisco já dizia: “O amor não é amado.” O amor é Jesus, e nós devemos ama-Lo.

A – Abandono, entrega de Cristo a nós
Jesus deu então um grande brado e disse: ‘Pai em tuas mãos entrego o meu espírito.’ E dizendo isso, expirou.  ” (Lucas 23, 46)
Não há entrega maior do que a de Cristo na cruz, nada pode se comparar, nem o maior dos heróis dos quadrinhos realizou tamanha façanha, em um mundo fictício, enquanto Ele fez o maior ato de entrega já vista, na vida real. Assim também Jesus se dá na Eucaristia, de forma inteira, se abandona em nossas mãos para sarar nossas dores e nos redimir da culpa. Se dando dessa forma Ele se expõe a diversas situações de desprezo e profanação, e mesmo assim Ele não se defende ou envia Seus anjos para evitar qualquer coisa, pois Ele se dá por inteiro, a quem quer que seja. Veja só o tamanho disso, nós temos o próprio Cristo Jesus, Senhor dos senhores em nossas mãos, é necessário muito respeito e amor, pois não é qualquer pessoa ou um símbolo, mas o próprio Deus.

Concluindo, de todas as formas que Deus encontrou ou pensou de estar próximo do ser humano a Eucaristia é a mais eficaz e completa. Por isso nós cristãos católicos devemos dar o devido valor ao Santíssimo Sacramento e lembrar que é próprio Cristo, que não é um simples símbolo, mas uma verdade que deve ser pregada e vivida por cada um de nós. Devemos fazer de nossa casa um verdadeiro território Eucarístico, onde reina a Santa Hóstia, Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

De Um Católico | Fundamentos: A Presença Real de Jesus na Eucaristia, Pe. Robert DeGrandis, SSJ

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