Para entender melhor este texto e
acompanhar a linha de raciocínio, leia no YOUCAT as perguntas de 20 a 24 e, se
possível, o Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos de 142 a 165.
Deus revela-Se a nós e nos faz Seus amigos pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, que nos envolve em seu mistério dizendo: “Já não vos chamo servos, porque o servo não
sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo
quanto ouvi de meu Pai.” (Jo 15, 15). Com isso o Senhor nos convida a viver
em comunhão com Ele, e nós, como amigos, devemos responder o Seu chamado. A resposta que se pode dar a este convite é a fé e sua vivência.
Abraão é nosso Pai na fé. Foi
pela fé dele que se iniciou toda a crença em Deus pelo povo Judeu, pois ele
acreditou naquilo que o Senhor o tinha prometido e em nenhum momento voltou
atrás, mesmo quando teve de quase sacrificar seu único filho. Assim se tornou o
primeiro dos que creram. O antigo testamento contem grandes expressões e
testemunhos de fé, mas Deus preparava para nós algo muito melhor que é a graça
de crer em Seu amado Filho. Para revelar-Se em Jesus, Deus usou de Maria,
que realizou de maneira perfeita a obediência da fé, pois acreditou que para
Deus nada é impossível e deixou que se fizesse nela a Sua vontade e se
cumprisse tudo aquilo que foi dito pelos profetas e patriarcas a respeito do
messias. Por isso todas as gerações a proclamarão bem-aventurada. Estes são
dois grandes exemplos de fé, talvez os maiores, que além de nos ensinarem tanto
nos convidam a crer. Convite este que depende sempre da nossa adesão pessoal,
sendo que para nós cristãos crer em Deus é crer inseparavelmente em Seu Filho.
Quem crer em Jesus participa do seu Espírito que nos revela quem Ele é. Por
isso a Igreja professa a sua fé em um Deus Trino e Uno que é Pai, Filho e
Espírito Santo.
Esta fé é composta por sete
características:
1 - A
fé é uma pura dádiva de Deus, obtida se intensamente a pedirmos;
2 - A
fé é a força sobrenatural de que, necessariamente, precisamos para alcançar a
salvação;
3 - A
fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao
convite divino;
4 - A
fé é absolutamente segura porque Jesus o garante;
5 - A
fé é incompleta enquanto não se torna operante no amor;
6 - A
fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e
permanecemos com Ele na oração, em vivo intercambio;
7 - A
fé permite-nos, já, a experiência do alegre antegozo do Céu.
Escolhe pela fé aquele que se
sente chamado por Deus a viver novas experiências, a se entregar àquilo que não
se pode ver. “Quem crê procura uma ligação pessoal com Deus e está pronto a
crer em tudo o que Ele revelou acerca de Si mesmo.” (YOUCAT, 22). Quem procura
essa ligação a encontra e quando a encontra passa por uma perturbação ou
desassossego, pois aquilo que era invisível passa a ser visível. A vida
espiritual deixa de ser algo abstrato e passa a ser concreto na vida dos que
creem, pois ele está aberto àquilo que Deus pode fazer na sua vida e, quando
nos abrimos a Ele, nossa vida toma um sentido diferente.
Fé e ciência não se contradizem,
ao contrário, elas caminham juntas, pois não podem existir verdades duplas e
distintas se tratando de um único caso e assunto, por isso a ciência vem para
confirmar a fé, e a fé para despertar a ciência. “Entre Deus e a ciência não
encontramos qualquer contradição. Eles não se excluem como hoje alguns creem e
temem; eles completam-se e implicam-se mutuamente.” (Max Planck, físico alemão)
Foi Deus que dotou o homem de inteligência e razão, portanto Ele não poderia negar-se
a si mesmo pela ciência. Por isso a Igreja usa de métodos científicos para
comprovar os atos e acontecimentos de fé e assim fortalece-la.
Nossa fé é pessoal, mas está
totalmente relacionada à Igreja, pois “ninguém pode crer só para si mesmo, como
também ninguém consegue viver para si mesmo.” (YOUCAT, 24) E Jesus quis que nós
estivéssemos juntos e que celebrássemos os mistérios juntos. “Onde dois ou mais estão reunidos em Meu
nome, Eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Minha fé deve brilhar no mundo e
deve fortalecer a sua, assim como a sua deve impulsionar a minha e a de todos.
É uma contribuição mútua onde o testemunho de fé convida o próximo a crer ou a
viver e professar melhor a sua fé. Continuemos então no caminho do Senhor e
respondendo ao seu chamado, sabendo que nossa fé deve brilhar no mundo como uma
luz que aponta para Cristo.
“Tudo é possível ao que crê.” (Mc 9, 23)
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