Para acompanhar e entender melhor o texto leia as perguntas
de 10 a 13 do YOUCAT.
Deus se revela de forma concreta em Cristo, e é esta também
sua derradeira revelação antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor, revelação esta que está terminada, mas não explicada totalmente, por
isso cabe à fé cristã compilar esta mensagem ao decorrer dos séculos. Ao passar
dos tempos houveram outras revelações, que são denominadas de “revelações
privadas” que tem como função ajudar os cristãos a viver a revelação do Cristo
sem querer “melhora-la” ou “completa-la”, pois Deus se revelou em Jesus de forma
suficiente e Ele não faz nada pela metade. Guiada pelo Espírito Santo a
Santa Mãe Igreja soube durante todos estes 2000 anos e saberá discernir se tais
revelações provém do próprio Cristo, de seus anjos ou de seus santos.
O Cristo que a nós se revelou também a nós envia dizendo:
“Ide, fazei discípulos de todas as nações!” (Mt 28,19), portanto “Todos
os fieis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam
a unção do Espirito Santo, que os instrui e os conduz a verdade em sua totalidade.”
(CIC 91). É importante que saibamos que a missão de evangelizar e espalhar pelo
mundo a novidade do Cristo ressuscitado cabe a nós, que para isso não
precisamos ser padres, catequistas ou missionários consagrados, na verdade a única
coisa de que precisamos é do Espírito Santo, que nos é dado no batismo. A Beata
Madre Teresa utilizou muitas vezes a seguinte metáfora: “É frequente observares
os fios elétricos ao longo da estrada. Se a corrente não passar por eles, não
há luz. O fio é o que somos tu e eu. A corrente elétrica é Deus. Temos o poder
de deixar passar através de nós e, assim, fornecer a Luz, que é Jesus, ou de
recusarmos que Ele Se sirva de nós, permitindo, com isso, que a escuridão se
alastre.” E esta é nossa “missão” (do latim missio
= envio), levar a luz de Cristo ao mundo inteiro não só com palavras, mas
com nosso testemunho de vida.
A mensagem do evangelho chegou até os dias de hoje pela
transmissão da sucessão apostólica, que é ininterrupta desde os primeiros
apóstolos até os dias de hoje na Igreja Católica, em especial desde Pedro até o
Papa Francisco (Papa atual, 2013). Santo Hilário de Poitiers, bispo da Igreja
Antiga dizia: “A Sagrada Escritura está escrita no coração da Igreja, mais do
que em um pergaminho.” Esta frase nos ajuda a entender que a Escritura e a
Tradição pertencem-se mutuamente, ou seja, caminham juntas, e essas são as duas
maneiras de transmissão segundo o Catecismo da Igreja Católica (veja no CIC,
76), que ocorreram de forma oral pela a transmissão e sucessão e de forma
escrita pela Sagrada Escritura. No Concílio Vaticano II foi dito o seguinte: “A sagrada Tradição, portanto, e a
Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com
efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e
tendem ao mesmo fim.” (Dei Verbum,
nº. 9) Este documento, o Dei Verbum
aborda a transmissão apostólica e a revelação divina a fundo, e pode ser encontrado neste link
(Clique aqui), e no site da Santa Sé (Clique aqui), em
especial no capítulo 2, assim também como o Catecismo da Igreja Católica (CIC)
do paragrafo 74 ao 100, e pode ser encontrado também neste link (Clique aqui) e no da Santa Sé (Clique aqui).
Por tanto, a Igreja por conservar e fazer uso da tradição e
da escritura, em sua totalidade não erra na fé. É certo que alguns membros da
Igreja podem se enganar e cometer erros, mas a Igreja como um todo nunca se
desviou e nunca se desviará da Verdade de Deus, pois “Cristo é a cabeça do
corpo que é a Igreja.”(Col 1,18a) e se Jesus é santo por excelência, Ele é por
inteiro, incluindo assim seu corpo místico do qual somos membros.
Talvez seja um pouco
difícil para muitos de nós entendermos que a Igreja não erra, principalmente
nesse tempo em que o relativismo proporciona a cada um uma verdade individual,
e as ideologias e seus pregadores se espalham pelo mundo como lobos vestidos de cordeiros prontos
para devorar qualquer um que esteja longe do Bom Pastor, Cristo Jesus. O
catecismo pode nos ajudar a entender isso: “A
Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois nao possui outra vida
senão a da graça: e vivendo de sua vida que seus membros se santificam; e
subtraindo-se a vida dela que caem pecados e nas desordens que impedem a
irradiação da santidade dela. E por isso que ela sofre e faz penitencia por
essas faltas das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo
e pelo dom do Espirito Santo.” (CIC, 287).
Em breve falaremos mais
sobre a incorruptibilidade da Igreja e sua santidade, mas para quem quiser já
saber mais sobre assunto eu indico estes vídeos do Padre Paulo Ricardo:
Que Deus ilumine a todos
e até a próxima.
Bibliografia:
Catecismo da Igreja
Católica, Vaticano, 1992.
Concílio Vaticano II, documento Dei Verbum, Roma, 1965.
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