Antes de tudo cremos em
Deus Pai, pois Ele é o principio e o fim, é o que sustenta tudo, o restante do
credo depende dessa frase e a aprofunda, mas o essencial é sabermos que cremos
em um só Deus assim como está nas Escrituras e conforme recebemos dos
apóstolos.
Ele é o único Senhor, do
céu e da terra, tudo que existe a Ele pertence, e assim Se manifestou ao povo
judeu “Ouve, ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.”(Dt 6,4) E pelos
profetas exortou o seu povo a rejeitar os ídolos pagãos e voltar-se para Aquele
que é o único Deus, o Senhor. Ele é uno e trino, assim como diz o Concilio de
Latrão “Cremos fielmente e afirmamos simplesmente que há um só verdadeiro Deus
eterno, imenso e imutável, incompreensível, todo poderoso e inefável, Pai,
Filho e Espírito Santo: Três Pessoas, mas uma só Essência, uma Substancia ou
Natureza absolutamente simples.”(CIC 202).
É difícil para nós seres
humanos entender tal mistério, Santo Agostinho certa vez saiu a caminhar pela
praia tentando entender a Santíssima Trindade, caminhou por um bom tempo,
refletindo e meditando tal mistério, mas nada concluía. Andando mais um pouco
ele encontrou um menino, que havia feito um buraco na areia e com um pequeno
recipiente pegava a agua do mar e colocava no buraco. O homem santo se
aproximou do menino e perguntou o que ele estava fazendo, então o menino
respondeu que pretendia colocar o mar dentro daquele buraco, Agostinho riu e
disse que o garoto nunca iria conseguir, foi ai que o menino lhe disse que era
mais fácil ele colocar o mar inteirinho dentro daquele pequeno buraco, do que
se entender o mistério trinitário, então o santo percebeu que Deus não se
entende, mas se experimenta.
Se para Santo Agostinho,
que era um dos maiores intelectuais do seu tempo, foi difícil entender, imagine
para quem não tem instrução nenhuma ou tem pouca instrução, como é intrigante.
Mas Deus em sua infinita misericórdia se manifesta ao homem e se revela com um
nome, e o nome exprime a essência da pessoa e o sentido de sua vida, assim Ele
mostrou que não é uma força anônima, mas que tem um nome, uma identidade, e no
seu Filho um rosto. Revelando-Se assim como É, Ele mostra que é vivo, que é
eterno e único, que está próximo do seu povo e que quer com ele fazer uma
aliança.
Diante da sarça ardente
Moisés tira suas sandálias e cobre seu rosto, pois se vê diante do Senhor e se
reconhece pequeno, pois Deus se revelou com grandeza, assim nós também devemos
agir diante d’Ele, que se revela a todo instante em nossas vidas, não de formas
espetaculares, mas de formas simples e fecundas, pois Ele não Se revela em vão,
sempre tem um propósito, um plano de amor. Cabe a nós acolher Sua revelação e
crer que Ele é um Pai bondoso e misericordioso, que por amor Se
revela, não para nos julgar, mas para nos libertar e firmar conosco uma aliança
eterna.
Paz e misericórdia!
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