Sabemos que a Eucaristia é a
celebração mais importante para a Igreja de Cristo, o Catecismo Jovem da Igreja
Católica vem nos dizer o seguinte: “A celebração Eucarística é o cerne da
comunhão Cristã. Nela a Igreja torna-se Igreja”(YOUCAT, 211). Para mim esta é o
maior de todos os acontecimentos, pois em um único ato nós celebramos a paixão,
morte e ressurreição de Cristo, comungamos de seu corpo e “Nos unimos à
liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, onde Deus será tudo em todos”.
A alguns dias li um livro chamado
“A presença real de Jesus na Eucaristia”, de um padre americano chamado Pe.
Robert DeGrandis, SSJ, onde reanimei meu amor pela Comunhão Eucarística e pela
participação dos mistérios litúrgicos. Neste livro o Pe. Robert faz um acróstico
com a palavra EUCHARIST em inglês, e eu pretendo aqui fazer o mesmo, de forma
mais resumida, com a palavra EUCARISTIA em português, seguindo praticamente a
mesma linha de raciocínio que ele e mudando somente alguns aspectos e relações
devido à diferença entre os idiomas em que a palavra está.
E – Eternidade, vida eterna.
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)
Hoje em dia muitas pessoas usam as
tecnologias para tratamentos estéticos e cirurgias para que permaneçam com
aparência jovem ou voltem a tê-la, e outros procuram congelar seus corpos após
a morte, para serem descongelados no futuro com esperança de voltar à vida.
Estas pessoas gastam milhares e até milhões de reais nestas experiências, mas
Jesus tem uma solução muito melhor e sem custo financeiro algum, que é a vida
eterna. Na eternidade é onde nos encontraremos plenamente com Deus, São
Francisco de Sales uma vez disse: “O tempo para procurar Deus é esta vida. O
tempo para encontrar Deus é a morte. O tempo para desfrutar Deus é a
eternidade”. Só na vida eterna nos seremos completos e verdadeiros, pois tudo o
que é desta terra ficará aqui e na presença de Deus tudo é esclarecido e a
alegria é abundante e verdadeira. E na Sagrada Eucaristia nós nos encontramos
com o Cristo que é eterno e comungamos de sua Eternidade.
U – União com Cristo
“Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.”
(Jo 6, 56)
Todas as vezes que recebemos a
Sagrada Eucaristia nós intensificamos nossa união com Jesus, O tocamos e somos
tocados pela Sua mão poderosa. Cristo é santo por excelência, e quando nós
estamos em comunhão com ele nos tornamos santos também, não por nosso
merecimento, mas pelo merecimento d’Ele na comunhão com o Pai e o Espírito
Santo.
C – Cura
“Tendo
ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no
manto.” (Mc 5,
27)
Vemos acima um trecho do
evangelho da mulher que padecia de um fluxo de sangue, mas que foi curada ao
tocar a orla do manto de Jesus. Esta mulher teve coragem de correr no meio da
multidão e tocar em Jesus, pois precisava da cura, ela já tinha gasto todo o
seu dinheiro com médicos e não se curava até encontrar o Médico dos médicos.
Veja irmão, que está mulher apenas tocou no Senhor e foi curada, ela teve fé e
por isso foi curada, nós temos intimidade o bastante com o Senhor para não mais
tocar no Seu manto, mas tocar em Seu coração, e assim se tivermos fé, Ele irá
curar-nos fisicamente e espiritualmente no momento da comunhão, pois não é mais
pão nem vinho, é o Corpo e o Sangue de Jesus.
A – Amor
“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”(I Jo
4,8)
Sabemos que Deus é amor e que Ele e
Jesus São um só com o Espírito Santo, e que Seu amor é infinito. Cristo Se
entregou por amor a nós e Se entrega novamente todos os dias na Santa Missa,
não existe maior manifestação de amor do que esta, onde o Todo Poderoso se faz
Homem para estar conosco, não se contenta com isto e se faz Eucaristia para que
possamos comungar e tocar em Seu amor. Sem dúvidas, a Santa Missa é a maior
celebração de amor, desde o canto inicial de entrada ao final o amor reina, e
permanece no coração daqueles que comungam.
R – Reconciliação
“Jesus, vendo-lhes a
fé, disse ao paralítico: ‘Filho, perdoados te são os pecados.’” (Mc 2, 5)
Cristo morreu e ressuscitou para
excluir o pecado do mundo e para reconciliar a humanidade com Deus, pois o
pecado nos tinha afastado do Senhor. Na Santa Missa o Sacrifício Pascal é
atualizado e a reconciliação acontece mais uma vez, pois Deus não cansa de nos
perdoar e de nos reconciliar com Ele. Para comungar devemos estar na amizade de
Deus, ou seja, em estado de graça, e a comunhão é quem nos fortalece para que
continuemos assim, pois ela nos aproxima do Senhor.
I – Intimidade com Deus
“Permanecei
em mim e eu permanecerei em vós.” (Jo 15,4a)
A comunhão Eucarística proporciona,
sem dúvidas, a intimidade com Deus, pois nós O recebemos e entramos em comunhão
com Ele. Esta é também a melhor forma que o Senhor encontrou de estar próximo
de nós, por isso devemos buscar a comunhão não como uma obrigação, mas como um
meio de estar perto de Deus, devemos nos apaixonar por ela. A Eucaristia é
comunhão, que produz intimidade.
S – Sacrifício
“Quem
ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho
mais que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue,
não é digno de mim.” (Mt 10, 37-38)
O homem está sempre cheio de
sofrimentos, causados por diversas situações, muitos sofrem por terem
familiares nas drogas, outros por carregarem enfermidades, etc. A dor que estas
pessoas suportam é tão grande, que se fosse unida a de Jesus no altar da cruz
seria uma grande força de santificação, não só para quem oferece tal dor, mas
para muitas almas. Por mais estranho que pareça nosso sofrimento é precioso,
ainda mais quando nós o entregamos no altar do Senhor, por isso não podemos
desperdiça-lo. Sempre que celebramos a Missa, oferecemos um sacrífico, que é
perfeito, devemos também oferecer nosso sofrimento, nossas magoas, dores, alegrias
e nossa vida, que são imperfeitos, para que o próprio Cristo às aperfeiçoe e
entregue a Deus Pai.
T – Transformação, em nós
“Todo aquele que está
em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!”
(II Cor 5,17)
Como vimos a comunhão é a perfeita
união com Cristo e aquele que está n’Ele não pode ser mais o mesmo. O Encontro
com Jesus ressuscitado muda a forma de pensar e agir de qualquer pessoa, por
mais duro que seja seu coração. O apostolo Paulo, antes chamado Saulo, viveu
uma experiência concreta com o Ressuscitado, assim como nós também vivemos a
cada celebração Eucarística, ele mudou totalmente seu modo de vida, pois
deixou-se tocar pela graça, assim também nós devemos nos abrir a essa graça.
Faça a experiência de a cada missa deixar-se transformar pela força da
Eucaristia, você não será mais como antes, e um dia dirá como Paulo: “Já não
sou mais eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20)
I – Inigualável comunhão
“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a
porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos, eu com ele e ele comigo”
(Apocalipse 3, 20)
A palavra comunhão significa fazer
alguma coisa junto com alguém, ter ou fazer algo em comum. Estar em comunhão
com Cristo é muito mais que receber Seu Corpo e Sangue na santa Missa, mas sim
pensar como Ele pensou, agir, falar e viver como Ele, é renunciar nossa vontade
para que ela se una à d’Ele, e colocar em prática aquilo que Ele nos disse. É
preciso comungar de corpo e alma, se Cristo Se deu de corpo, sangue, alma e
divindade, porque não nos damos inteiramente? Isso é injusto, Ele também quer
ser amado, São Francisco já dizia: “O amor não é amado.” O amor é Jesus, e nós
devemos ama-Lo.
A – Abandono, entrega de Cristo a
nós
“Jesus deu então um grande brado e disse: ‘Pai em tuas mãos entrego o
meu espírito.’ E dizendo isso, expirou. ”
(Lucas 23, 46)
Não há entrega maior do que a de
Cristo na cruz, nada pode se comparar, nem o maior dos heróis dos quadrinhos
realizou tamanha façanha, em um mundo fictício, enquanto Ele fez o maior ato de
entrega já vista, na vida real. Assim também Jesus se dá na Eucaristia, de
forma inteira, se abandona em nossas mãos para sarar nossas dores e nos redimir
da culpa. Se dando dessa forma Ele se expõe a diversas situações de desprezo e
profanação, e mesmo assim Ele não se defende ou envia Seus anjos para evitar
qualquer coisa, pois Ele se dá por inteiro, a quem quer que seja. Veja só o
tamanho disso, nós temos o próprio Cristo Jesus, Senhor dos senhores em nossas
mãos, é necessário muito respeito e amor, pois não é qualquer pessoa ou um símbolo,
mas o próprio Deus.
Concluindo, de todas as formas que
Deus encontrou ou pensou de estar próximo do ser humano a Eucaristia é a mais
eficaz e completa. Por isso nós cristãos católicos devemos dar o devido valor
ao Santíssimo Sacramento e lembrar que é próprio Cristo, que não é um simples símbolo,
mas uma verdade que deve ser pregada e vivida por cada um de nós. Devemos fazer
de nossa casa um verdadeiro território Eucarístico, onde reina a Santa Hóstia,
Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
De Um Católico | Fundamentos: A Presença Real de Jesus na Eucaristia, Pe. Robert DeGrandis, SSJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário